A Méliuz (B3: CASH3), empresa brasileira de cashback e serviços financeiros, registrou forte volatilidade em suas ações nos últimos dias, com queda acumulada de 2,91% nos últimos 5 dias de negociação. A movimentação ocorre após anúncios relacionados à sua estratégia de investimentos em Bitcoin (BTC), incluindo os planos de captação de R$ 150 milhões para ampliar sua posição na criptomoeda.
De acordo com os dados do mercado na terça-feira (20), às 15h56, os papéis da companhia estavam cotados a R$ 8,02, abaixo dos R$ 8,84 registrados na abertura de segunda-feira. O gráfico mostra que, após atingir um pico de R$ 10,50 em 16 de maio – dia seguinte ao anúncio da compra de US$ 28,4 milhões em Bitcoin – as ações sofreram correção significativa.
A intensa volatilidade de CASH3 nos últimos dias
O gráfico de 5 dias revela que as ações da Méliuz tiveram uma semana de extrema volatilidade. Após o anúncio de 15 de maio, quando a empresa informou ter adquirido 274,52 BTC por aproximadamente US$ 28,4 milhões, os papéis dispararam cerca de 30% em um único dia, passando de aproximadamente R$ 8,30 para mais de R$ 10,50.
No entanto, essa euforia durou pouco. A partir de 19 de maio, as ações começaram a cair acentuadamente, com a divulgação do fato relevante sobre a potencial captação de recursos. Na segunda-feira (20), os papéis chegaram a tocar a mínima próxima a R$ 7,10, antes de uma leve recuperação no fechamento.
Os planos de captação da Méliuz para aquisição de BTC
Conforme fato relevante divulgado em 19 de maio, a Méliuz está avaliando alternativas para captação de recursos destinados à aquisição de Bitcoin. Entre as possibilidades estão:
- Emissão de títulos de dívida conversíveis ou não em ações;
- Oferta pública primária de distribuição de ações ordinárias (que pode incluir bônus de subscrição).
A empresa já contratou o BTG Pactual Investment Banking para coordenar a eventual oferta pública. O valor mínimo estimado para a captação é de R$ 150 milhões, podendo ser “substancialmente aumentado” com a distribuição de lote adicional, segundo a companhia.
“Nenhuma decisão definitiva a respeito da realização da Oferta Pública ou de qualquer outra forma de captação foi tomada pela Companhia”, informou Marcio Loures Penna, Diretor de Relações com Investidores e Governança Corporativa da Méliuz, no comunicado.
A estratégia Bitcoin da empresa
Esta captação se alinha com a nova estratégia da Méliuz, que se tornou a primeira Bitcoin Treasury Company do Brasil e da América Latina. Em 15 de maio, a empresa anunciou que seus acionistas aprovaram, em Assembleia Geral Extraordinária, a alteração do objeto social para incluir investimentos em Bitcoin como parte de sua estratégia de negócios.
No primeiro movimento como Bitcoin Treasury Company, a Méliuz adquiriu 274,52 BTC por aproximadamente US$ 28,4 milhões, a um preço médio de US$ 103.604,07 por Bitcoin. Somando-se à primeira compra realizada em março deste ano, a empresa possui 320,25 BTC, adquiridos a um preço médio de US$ 101.703,80.
A política de investimento da Méliuz em Bitcoin começou em março de 2025, quando seu Conselho de Administração aprovou a alocação de até 10% do caixa na criptomoeda. A primeira compra foi de 45,72 BTC por cerca de US$ 4,1 milhões.
O que explica a reação do mercado
O anúncio inicial da estratégia Bitcoin da Méliuz havia impulsionado as ações da empresa, que chegaram a subir 175% em 30 dias após a comunicação da compra inicial em março. O volume médio diário de negociações também aumentou significativamente, passando de R$ 4 milhões para R$ 45 milhões.
No entanto, o anúncio da captação adicional para novas compras de Bitcoin gerou uma reação contrária do mercado. Analistas apontam alguns fatores que podem ter contribuído para essa resposta:
- Preocupações com a diluição do valor das ações existentes por meio da oferta pública;
- O momento de mercado para uma captação deste porte;
- Uma possível realização de lucros pelos investidores após a forte valorização recente.
O modelo de Bitcoin Treasury Company
Apesar da volatilidade recente, a Méliuz mantém sua estratégia como Bitcoin Treasury Company, modelo que, segundo a empresa, “tem como missão principal o acúmulo de Bitcoin de forma acretiva aos acionistas, utilizando da sua geração de caixa e estruturas corporativas e de mercado de capitais para ampliar a exposição ao ativo ao longo do tempo”.
Em seu comunicado, a empresa explica que este modelo vai além de “apenas alocar parte do caixa em Bitcoin como proteção contra a inflação ou desvalorização cambial”, pois “a Companhia reposiciona seu propósito para atuar maximizando a quantidade de Bitcoin por ação”.
É importante destacar que, apesar das oscilações recentes, a capitalização de mercado da empresa está em R$ 697,39 milhões, com alta histórica de R$ 10,89 e baixa de R$ 2,53 nos últimos 52 semanas, demonstrando o impacto significativo que a estratégia de investimento em Bitcoin teve no valor de mercado da companhia.
- O que esperar do preço do XRP com a razão XRP/ETH sinalizando queda de 40%
- Análise: Bitcoin pode descer 14% rumo ao gap CME de US$ 92k
- DOGE a US$ 0,20: Análise Técnica Aponta Próximos Alvos
- Pi Network forma triplo fundo e projeta alta de 35%
- Preço do Solana sinaliza alta para US$ 200 com novo padrão; Entenda