Como o Bitcoin pode reagir aos novos dados de inflação americana

Entenda como o Índice de Preços ao Consumidor dos EUA pode afetar o Bitcoin e as decisões do Federal Reserve sobre juros.
Por Mikael Araújo
12 de fevereiro de 2025
Moeda física de Bitcoin dourada ao lado de blocos com as letras CPI, com a bandeira americana ao fundo.

O preço do Bitcoin registrou uma correção de 3,72% na terça-feira, caindo de US$ 98,4 mil para US$ 94,8 mil. Muitos atribuíram essa queda repentina aos comentários do presidente do Fed, Powell, sobre flexibilização monetária. A posição do Fed sobre o corte nas taxas permanece firme, conforme indicado em 11 de fevereiro. Porém, o próximo dado do IPC (Índice de Preços ao Consumidor, principal indicador de inflação da economia americana) dos EUA pode pressionar o Fed a reconsiderar sua decisão sobre as taxas de juros.

Powell declarou:

“A política monetária está mais flexível do que antes e a economia segue forte, então não há necessidade de pressa para ajustar nossa posição. A inflação diminuiu significativamente, mas continua alta.”

Por que o Bitcoin caiu 1,88% antes do IPC dos EUA?

Na terça-feira, os comentários do presidente do Fed, Jerome Powell, sobre flexibilização quantitativa provocaram uma correção no preço do Bitcoin. Powell acrescentou:

“Usaremos a flexibilização quantitativa apenas quando as taxas estiverem em zero.”

O BTC é negociado a US$ 96.118,00 às 8h56, após atingir uma máxima diária de US$ 98.218,00, registrando queda de 1,88% em 12 de fevereiro.

O IPC dos EUA, que será divulgado hoje às 8h30 (horário de Nova York e 10h30 no Brasil), terá papel decisivo na definição do rumo do Bitcoin e do mercado de criptomoedas no curto prazo. De acordo com a TradingEconomics, a previsão para o núcleo do IPC mensal é de 0,3%, comparado ao dado anterior de 0,2%. Para a inflação geral, a expectativa é que permaneça em 2,9%.

Como o Bitcoin reagirá aos dados do IPC?

Os investidores podem esperar três cenários: acima, igual ou abaixo da previsão. Cada resultado pode impactar significativamente ativos de risco como Bitcoin, criptomoedas ou mercados de ações.

IPC em linha com as previsões

Neste caso, o Fed provavelmente manterá a trajetória atual das taxas, pois os dados estariam alinhados com as projeções. Com menos temores de estagflação, o sentimento dos investidores seria moderadamente otimista.

IPC acima das previsões

Este cenário criaria um sentimento conservador e adiaria os cortes nas taxas, levando a uma fuga de risco, fortalecimento do dólar e queda no preço do Bitcoin.

IPC abaixo das previsões

Um IPC menor que o esperado poderia iniciar uma alta expressiva, pois aceleraria as expectativas de corte nas taxas, impulsionando o preço do Bitcoin e outros ativos de risco.

A previsão do núcleo do IPC mensal de 0,3% provavelmente provocará reações imediatas no preço do Bitcoin, com aumento da volatilidade. Um dado mais alto pode reacender temores de aperto monetário, enquanto um dado mais baixo pode alimentar apostas no afrouxamento do Fed. Com os dados fracos de emprego de 143 mil vagas, o cenário para o IPC parece mais favorável. Um IPC baixo compensaria preocupações com crescimento, mas um IPC alto poderia ampliar ansiedades sobre estagflação, prejudicando ativos de risco como Bitcoin e Ethereum. Nesse contexto, as projeções indicam US$ 100 mil como principal nível a ser observado.

Níveis de Preço Importantes Antes do Relatório de Inflação

O preço do Bitcoin rompeu a mínima de segunda-feira de US$ 95,2 mil e tenta se recuperar. Porém, análises técnicas sugerem que pode atingir US$ 94,6 mil por conta da volatilidade do IPC. Short traders  interessados em comprar na baixa podem trazê-lo a US$ 94,6 mil. A recuperação subsequente pode levar o BTC a revisitar o ponto de maior volume de negociação (POC – Point of Control) em US$ 96,8 mil, o preço médio ponderado por volume (VWAP) do mês anterior em US$ 100 mil e o topo da faixa em US$ 101,5 mil. Estes são níveis importantes para realização de lucros. Apenas a confirmação de US$ 101,5 mil como suporte poderia indicar uma tendência de alta prolongada e novas máximas históricas.

 

Mikael Araújo é formado em Ciências da Computação pela Universidade Vale do Araújo — UVA. Trabalha com marketing digital há mais de 7 anos, tendo SEO como sua especialidade. Foi mentorado em SEO por Jamie Indigo como parte do programa da FCDC - Freelance Coalition for Developing Countries e também atuou como mentor. Trabalhou como especialista em SEO para empresas como GetNinjas, StarOfService, Alana.ai, O POVO, entre outras. Atua no mercado de criptomoedas desde 2017, trabalhando como consultor de marketing para empresas como ICOBox. io (extinta), PointPay.io, além de exchanges e startups cripto. No BeInCrypto, exerceu a função de estrategista de conteúdo para a localização brasileira da empresa e SEO. Na CoinGape atua como Editor para a localização brasileira do site.
O conteúdo apresentado pode incluir a opinião pessoal do autor e está sujeito às condições de mercado. Faça sua pesquisa de mercado antes de investir em criptomoedas. O autor ou a publicação não assume qualquer responsabilidade por sua perda financeira pessoal.