Pedófilo sul coreano vendia material criminoso por criptomoeda

By Ezequiel Gomes
março 27, 2020

Um pedófilo sul coreano mantinha vários perfil no Telegram através dos quais vendia pornografia infantil em troca de criptomoedas, especialmente XRP. Estimativas indicam que ele cobrava entre Us 160,00 e US 1.200,00 para dar acesso às imagens aos interessados.

Fonte: BBC

Cho Ju-bin, foi identificado como resultado de uma investigação promovida pela CoinDesk Korea, que descobriu que Cho negociava principalmente no XMR (monero) para melhorar a privacidade de sua operação de pedofilia, para tentar cobrir os rastros dos pagamentos em troca do material ofensivo.

As autoridades coreanas deram o passo incomum na quarta-feira de nomear publicamente Cho como o suposto líder de um grupo de perfis Telegram cheios de pedofilia. Ele é acusado de violar os atos de proteção à criança, privacidade e abuso sexual, além de acusações relacionadas a abusos, chantagens e ameaças.

Após um caso da Suprema Corte Sul Coreana em 2018, as criptomoedas são consideradas uma forma de propriedade sujeita ao confisco após condenação na Coréia do Sul. Mas naturalmente há complicações em cumprir a lei uma vez que as autoridades precisam encontrar as carteiras nas quais os ativos digitais estão armazenados, bem como a chave privada para acessá-los.

E se o possuir das criptomoedas alegar que perdeu a chave privada das moedas, não há como obrigar o condenado a, de fato, entregar as moedas.

Mais de 8.800 éter (ETH), pertencentes ao pedófilo, atualmente no valor de US $ 1,2 milhão, divididos em mais de 500 carteiras, foram encontrados. Mas estima-se que a maioria de pagamentos foi realizada em monero, que ao contrário da maioria das criptomoedas, não possui uma blockchain pública que permita a identificação dos pagamentos da mesma forma como ocorre no Bitcoin, por exemplo.

Pedófilo pode ser condenado a décadas de prisão por seu esquema criminoso

Cho é acusado de chantagear pelo menos 58 mulheres e 16 meninas para enviarem imagens degradantes, forçando muitas a se tornar ‘escravas’ de seu esquema de pedofilia As autoridades coreanas também prenderam 124 suspeitos e 18 operadores ligados ao caso. O criminoso pode ser condenado a dezenas de anos de prisão.

A ideia de que criptomoedas são anônimas levam muitos a concluir que elas são perigosas por poderem ser usadas em crimes, entretanto, como essa investigação demonstrou é difícil para os criminosos de manterem escondidos o tempo todo, e de qualquer forma o dinheiro fiduciário em espécie também oferece anonimato e é muito mais usado para crimes do que qualquer criptomoeda.

Ezequiel Gomes é escritor, Youtuber, palestrante, jornalista e entusiasta incondicional da blockchain e da descentralização proporcionada pelas criptomoedas.
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