Preço do Bitcoin atinge US$ 107 mil e causa US$ 845 milhões em liquidações – Novo recorde histórico ou queda à vista?

Moeda física de Bitcoin dourada com gráfico de preços ao fundo.Moeda física de Bitcoin dourada com gráfico de preços ao fundo.

Bitcoin atinge US$ 107 mil em meio a alta volatilidade, com liquidações milionárias no mercado.

Com o preço do Bitcoin (BTC) se aproximando de seu recorde histórico de US$ 110 mil, a ação instável de preços liquidou US$ 845 milhões em apenas dois dias. Os fluxos dos ETFs à vista e a acumulação institucional mostram que os investidores estão otimistas quanto ao futuro do BTC e que um novo teste do recorde histórico é possível. No entanto, uma análise mais detalhada dos indicadores técnicos sugere que os traders devem ter cautela no curto prazo.

Investidores seguem otimistas apesar de US$ 845 milhões em liquidações

A movimentação de preços nos dias 18 e 19 de maio viu o Bitcoin subir para US$ 106,6 mil, cair para US$ 102 mil e revisitar uma máxima de quatro meses a US$ 107,1 mil. Como resultado dessa oscilação, o mercado de criptomoedas testemunhou uma liquidação de US$ 845 milhões, de acordo com dados da CoinGlass.

Apesar desta eliminação, o Interesse Aberto (OI) permaneceu alto, em torno de 199,72 mil BTC. Uma análise do crescimento do OI em relação ao preço do Bitcoin desde o segundo trimestre mostra o quanto os traders estão otimistas.

Gráfico de 4 horas do BTC/USDT nos futuros da Binance mostrando tendência de alta desde abril até maio de 2025.Gráfico de 4 horas do BTC/USDT nos futuros da Binance mostrando tendência de alta desde abril até maio de 2025.
Bitcoin mantém patamar acima de US$ 105 mil enquanto Interesse Aberto cresce para próximo de 198 mil contratos. Fonte: Velo

Outro fator que impulsionou a recente alta do Bitcoin para US$ 107 mil é a “virada inesperadamente positiva na diplomacia comercial dos EUA”, acrescenta a empresa de trading QCP Capital.

Fornecendo sua visão sobre o futuro das criptomoedas no curto prazo, a QCP Capital observou que a recuperação das criptomoedas “superou a das ações, com o BTC se aproximando de máximas históricas”.

A empresa de trading acrescenta que “há mais espaço para os ativos digitais subirem” e atribui a inclusão da Coinbase no S&P 500 em 19 de maio como um catalisador.

“A história nos mostra que a inclusão em índices tende a atuar como um catalisador de curto prazo, já que os gestores passivos ajustam suas alocações para acompanhar o benchmark mais de perto.”

Registros mostram que MetaPlanet e MicroStrategy acumularam 1.004 e 7.390 BTCs, respectivamente, na semana passada. Esse é outro catalisador que ajudou a impulsionar o Bitcoin para US$ 107 mil.

Por fim, as entradas nos ETFs de Bitcoin à vista atingiram US$ 3,3 bilhões em maio, superando o fluxo líquido de US$ 2,97 bilhões de abril, reforçando ainda mais as previsões otimistas para o preço do Bitcoin.

ETFs de Bitcoin registram US$ 3,3 bilhões em entradas em maio de 2025, com ativos totais alcançando US$ 125 bilhões. Fonte: SoSoValue

Previsão do Bitcoin indica necessidade de cautela pelos traders

Os fundamentos e métricas on-chain estão claramente positivos e preveem um crescimento sustentado para o Bitcoin. No entanto, os indicadores técnicos fornecem uma perspectiva muito mais nuançada – dados de futuros e opções mostram que a perspectiva de curto prazo é arriscada, com a possibilidade de um novo teste do recorde histórico e uma queda potencial.

O índice agregado de Volatilidade Implícita (VI) do Bitcoin está em uma mínima de 10 meses, alertando os traders para serem cautelosos. Essa métrica calcula a média das VIs em múltiplos períodos para o BTC e avalia desvios da média para determinar movimentos exagerados. Um alto desvio sinaliza que as expectativas estão distorcidas e frequentemente leva a reversões de preço. Os dados são calculados usando os Índices de Volatilidade Implícita da Volmex.

A divergência entre a queda da VI e a alta do preço do Bitcoin sinaliza maior incerteza. No caso do BTC, isso pode ser devido a possíveis realizações de lucro, níveis de resistência ou medo de correções.

Reforçando essa perspectiva ligeiramente pessimista para o preço do Bitcoin está o Índice de Força Relativa (RSI) pairando na zona de “sobrecompra”. O RSI produziu máximas mais baixas desde 10 de maio, enquanto o BTC estabeleceu máximas mais altas. Essa “não-conformidade” é conhecida como divergência de baixa e frequentemente sinaliza uma correção iminente.

Bitcoin atinge US$ 105 mil, mas indicadores técnicos formam divergência baixista, sinalizando possível correção. Fonte: TradingView

Embora um aumento de curto prazo na pressão compradora possa empurrar o preço do Bitcoin para um novo recorde histórico ou até estabelecer um novo em US$ 110 mil, é improvável que se mantenha nesse patamar devido aos sinais de alerta mencionados anteriormente.

Destacando essa incerteza de curto prazo estão o Interesse Aberto da CME e a Base Anualizada, ambos estáveis. Essa perspectiva sugere que investidores mais sofisticados não acreditam em uma ruptura sustentada do recorde histórico.

Interesse Aberto dos futuros de Bitcoin na CME se recupera enquanto a Base Anualizada permanece estável em 8%. Fonte: Velo.

Portanto, recomenda-se que os investidores exerçam cautela no curto prazo, pois o preço do Bitcoin pode atingir um novo recorde histórico e ainda assim desencadear uma forte venda.

Considerações finais

Embora os fundamentos permaneçam fortes, os indicadores técnicos estão sinalizando incerteza. Os dados mostram que investidores inteligentes estão exercendo cautela, então uma alta acima do recorde histórico pode ser temporária. Dois motivos para essa incerteza são – a decisão antecipada de corte de juros pelo Fed em meio a preocupações com estagflação e o prazo de pausa das tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, em julho.

 

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Mikael Araújo: Mikael Araújo é editor de SEO e conteúdo na Coingape. Anteriormente, trabalhou em portais de notícias como BeInCrypto Brasil como estrategista de conteúdo e Jornal O Povo (SEO e estratégia de conteúdo). Possui formação em Ciências da Computação pela Universidade Vale do Acaraú - UVA. Trabalha com marketing digital e SEO há 10 anos e contribui com publicações sobre criptomoedas há 7 anos.
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