O Banco de Liquidações Internacionais (BIS), a principal instituição de controle dos bancos centrais, compartilha suas visões sobre as moedas digitais dos bancos centrais (CBDCs) e como elas podem aumentar o nível da competição no mercado de pagamentos digitais.
Em um relatório acessado pelo The Globe and Mail na quarta-feira, 31 de março, o BIS disse que a inclusão das CBDCs no sistema financeiro internacional pode “criar uma nova onda” com players de varejo não bancários criando uma nova tempestade no setor de pagamentos.
A afirmação do BIS vem com os principais bancos centrais mundo afora tendo acelerado seus desenvolvimento de CBDCs incitando uma grande competição com criptomoedas públicas como Bitcoin e outros ativos digitais.
Durante seu últimos discurso em Basel, o Diretor Geral do BIS Augstin Carstens disse:
“Um objetivo é o de construir uma infraestrutura que permita mais competição, que pode significar mais provedores de pagamento. Um resultado é que a enxurrada de novos players pode alterar os mercados”, disse ele.
A Dominância de Players Privados
Uma das principais preocupações dos órgãos regulatórios é a dominância de players privados. Em 2019, o Facebook anunciou o lançamento da sua stablecoin Libra, um tipo de ativo digital visando evitar a volatilidade de criptomoedas públicas como o Bitcoin.
No entanto, a Libra do Facebook – agora renomeada de Diem – enfrentou muita reação negativa dos reguladores mundo afora. Carstens disse que as perspectivas de bilhões de usuários do Facebook usando a Diem não pegou bem com bancos centrais citando riscos potenciais para a estabilidade financeira global e seus controles sobre as políticas monetárias.
Ele ainda acrescentou que os serviços das big techs podem dominar um setor imenso sufocando a competição enquanto diminui a proteção dos dados dos usuários. As questões recentes do Facebook com o manuseio dos dados de privacidade assustaram os governos ao redor do mundo e colocaram a empresa em maus lençóis.
O último relatório do BIS vem após o banco central chinês ter pedido por regras globais sobre o funcionamento das CBDCs assegurando um jogo limpo nas principais economias.