Quem acompanha o mercado de criptomoedas sabe que navegar entre milhares de projetos existentes é uma tarefa quase impossível. São mais de 20 mil altcoins listadas em plataformas como CoinMarketCap e CoinGecko, com novos projetos surgindo quase diariamente. Isso graças às tecnologias que facilitam sua criação.
Mas como separar o “joio do trigo” nesse universo de possibilidades? Para tornar esse processo mais simples, analisamos o mercado e selecionamos algumas altcoins que vêm demonstrando potencial tecnológico e crescente adoção de mercado. Então, vamos à lista?
A Solana se posicionou como uma das competidoras do Ethereum em termos de capitalização de mercado. Com sua tecnologia voltada para aplicativos de contrato inteligente, a rede tem apresentado crescimento contínuo no espaço blockchain.
Enquanto a maioria dos brasileiros ainda estava aprendendo sobre Bitcoin, a Solana já estava implementando seu mecanismo de consenso Proof of History (POH) e a máquina virtual Solana (SVM). Essas tecnologias permitem que a rede processe mais de 2.600 transações por segundo, cobrando centavos para transações regulares. Isso ao custo de poucos reais para operações com contratos inteligentes.
Atualmente, existem diversos aplicativos DeFi funcionando na plataforma. Um exemplo é o Raydium, uma exchange descentralizada que permite a negociação de tokens com baixas taxas. Outro caso é o Solend, protocolo de empréstimos onde usuários brasileiros podem emprestar seus tokens e receber juros ou tomar empréstimos fornecendo garantias.
Em 2024, mesmo com o mercado bastante lateral, o SOL apresentou oscilações significativas. Vale lembrar que, como todas as criptomoedas, a Solana está sujeita a alta volatilidade e sua tecnologia ainda pode enfrentar desafios de escalonamento.
Quem diria que um personagem de quadrinhos se tornaria uma das criptomoedas conhecidas do mercado? Pepe, criado pelo ilustrador americano Matt Furie, ganhou vida própria como um dos memes mais populares da internet.
Lançada em 2023 no blockchain Ethereum, a memecoin Pepe rapidamente ganhou atenção dos investidores. A comunidade por trás do projeto é bastante ativa nas redes sociais, mas é importante entender que memecoins como Pepe não possuem utilidade prática além da especulação e valor de comunidade.
De janeiro a novembro de 2024, enquanto muitos ativos digitais apresentavam oscilações, o PEPE teve períodos de alta volatilidade. Ou seja, altas e baixas drásticas de preços, quase imprevisíveis.
A rede Kaspa adota conceitos do Bitcoin, mas implementa tecnologias para oferecer maior desempenho. Este projeto blockchain focado em pagamentos P2P para pessoas e empresas permite transações rápidas e verificáveis a custos reduzidos.
Rodando em consenso Proof of Work como o Bitcoin, a Kaspa implementa o protocolo GhostDAG, que permite processar blocos em paralelo. Na prática, isso possibilita validação mais rápida das transações com taxas menores que outras redes PoW.
Um exemplo prático é seu uso para remessas internacionais. Um trabalhador brasileiro no exterior pode enviar recursos para sua família no Brasil em questão de segundos, com taxas significativamente menores que serviços tradicionais. Em alguns casos, lojas online já começaram a aceitar KAS como forma de pagamento, embora ainda seja em escala limitada.
Transferir dinheiro internacionalmente em segundos, pagando centavos de taxa é uma das propostas da Ripple com sua rede blockchain, desenvolvida para integração com instituições financeiras.
A rede foi projetada para facilitar pagamentos internacionais, remessas, desenvolvimento de CBDCs e tokenização de ativos “do mundo real”. Um exemplo real de uso é a parceria com o Banco Santander para seu serviço One Pay FX, que utiliza tecnologia da Ripple para transferências internacionais mais rápidas e baratas.
Após anos de batalha judicial com a SEC, a Ripple obteve uma decisão parcialmente favorável: o juiz decidiu que as vendas programáticas de XRP não eram ofertas de títulos não registrados. No entanto, a multa de US$ 125 milhões imposta ao projeto por vendas institucionais consideradas irregulares demonstra que os riscos regulatórios permanecem.
A Render Network criou um marketplace para transacionar o poder de GPU ocioso. Ela faz isso transformando recursos computacionais subutilizados em serviço disponível para desenvolvedores e criadores de conteúdo.
A plataforma conecta proprietários de dispositivos com GPUs potentes a desenvolvedores que precisam de capacidade de processamento para renderizar gráficos de alta qualidade. Um exemplo prático é seu uso por estúdios de animação independentes. Eles normalmente não tem capital suficiente para montar uma infraestrutura própria. Com o Render, podem acessar poder computacional sob demanda.
O modelo funciona através de recompensas em tokens RENDER para quem disponibiliza recursos de GPU, enquanto os clientes pagam pelo processamento de suas tarefas. Em 2023, a Render Network migrou para a Solana buscando melhorar sua eficiência operacional.
Para quem busca menor volatilidade, mas quer experimentar tecnologia blockchain, a Ondo Finance oferece uma alternativa: tokenização de ativos do mundo real, como títulos do tesouro e ETFs.
Implantada inicialmente no blockchain Ethereum em 2021, a Ondo permite criar versões digitais de ativos tradicionais no blockchain. O processo envolve a custódia dos ativos originais enquanto versões tokenizadas circulam na blockchain. Um exemplo concreto são os tokens OUSG, que representam títulos do governo americano, permitindo que investidores brasileiros acessem esses ativos com mais facilidade que pelos métodos tradicionais.
Entre os produtos disponíveis estão o USDY (dólar americano lastreado em títulos do tesouro americano e depósitos bancários) e o OUSG (títulos do governo americano tokenizados). É importante notar que estes produtos enfrentam desafios regulatórios significativos em muitas jurisdições.
A Arweave propõe um sistema onde seus dados podem ser armazenados na internet por longo prazo — mais de 200 anos, segundo o projeto. Trata-se de uma solução de armazenamento descentralizado com o conceito de “permaweb“.
Diferente dos serviços de armazenamento em nuvem tradicionais com assinaturas mensais, na Arweave você paga uma taxa única pelo espaço usando o token AR. Um caso de uso real é o armazenamento de NFTs: muitas coleções de NFTs utilizam a Arweave para armazenar permanentemente os arquivos de imagem, garantindo que estes não desapareçam com o tempo, um problema comum em outras soluções.
Outro exemplo prático é o uso por jornalistas e ativistas para preservar documentos importantes que não podem ser censurados ou removidos posteriormente, como aconteceu com o projeto Permanent Record para documentar violações de direitos humanos.
A Immutable X busca resolver os problemas que afetam jogos blockchain, construindo uma rede específica para desenvolvedores e jogadores do setor.
Utilizando a tecnologia ZK-rollup (zero-knowledge rollup), a plataforma reduz significativamente os custos e tempo de transações. Um exemplo concreto é o jogo Gods Unchained, um card game onde os jogadores realmente possuem suas cartas como NFTs e podem negociá-las em marketplaces. No Brasil, já existem jogadores que complementam sua renda participando desse e de outros jogos na plataforma.
Para facilitar a vida dos desenvolvedores, a Immutable disponibiliza SDKs que simplificam a implementação de funções de back-end, permitindo foco na criação dos jogos em si.
O Arbitrum surge como uma solução de camada 2 para resolver o problema de congestionamento e altas taxas do Ethereum.
Utilizando a tecnologia de rollup, o Arbitrum processa transações em seu ambiente e depois envia os dados para validação na mainnet Ethereum. Um exemplo prático é seu uso por exchanges descentralizadas como SushiSwap, que operam no Arbitrum permitindo negociações com taxas muito menores que no Ethereum principal. Usuários brasileiros que encontravam barreiras nas altas taxas do Ethereum podem realizar operações DeFi com custos mais acessíveis.
Desde seu lançamento em agosto de 2021, a rede expandiu seu ecossistema, tornando-se uma das principais soluções L2 do mercado. No entanto, como todas as soluções de camada 2, ainda depende da segurança e funcionamento adequado da rede principal.
Altcoins, abreviação de “alternative coins” (moedas alternativas), são todas as criptomoedas diferentes do Bitcoin. Desde o lançamento da primeira criptomoeda em 2009, surgiram milhares de outras, cada uma com funcionalidades, propósitos e tecnologias próprias.
O mercado oferece diversos tipos de altcoins:
Em um cenário onde investidores buscam alternativas ao mercado tradicional, as altcoins podem oferecer oportunidades interessantes:
Num momento em que o Brasil vive uma transição no cenário de investimentos, com a Selic em tendência de queda e a busca por alternativas se intensificando, as criptomoedas surgem como opção para diversificar a carteira além dos tradicionais CDBs e Tesouro Direto.
Antes de investir em qualquer criptomoeda, é fundamental compreender os riscos envolvidos:
As altcoins são conhecidas por sua alta volatilidade. Não é incomum ver variações de preço de 20% ou mais em um único dia. Projetos que parecem promissores podem perder 90% ou mais de seu valor em períodos de queda do mercado, como ocorreu em 2018 e 2022.
Muitas altcoins são desenvolvidas por equipes pequenas e, às vezes, anônimas. A possibilidade de abandono do projeto, falhas técnicas ou até mesmo fraudes é real. Um exemplo notório foi o projeto Luna/Terra, que implodiu em 2022, causando perdas bilionárias aos investidores.
O ambiente regulatório para criptomoedas ainda está em desenvolvimento no Brasil e no mundo. Mudanças regulatórias podem impactar dramaticamente o valor e a viabilidade de projetos específicos. No Brasil, por exemplo, a regulamentação do mercado cripto pela CVM e Banco Central ainda está em evolução.
Manter criptomoedas seguras exige conhecimento técnico e cuidados específicos. Ataques a exchanges, golpes de phishing e roubo de chaves privadas são riscos constantes. Investidores brasileiros já perderam milhões em golpes relacionados a criptomoedas.
Altcoins menores frequentemente têm baixa liquidez, o que pode dificultar a compra ou venda de grandes quantidades sem impactar significativamente o preço. Isso pode ser particularmente problemático em momentos de estresse de mercado.
Considerando os riscos mencionados, aqui vão algumas dicas para uma abordagem mais cautelosa:
Em síntese, as altcoins representam uma oportunidade para investidores que buscam exposição ao mercado cripto, mas é fundamental lembrar que alta rentabilidade potencial vem acompanhada de altos riscos. No ambiente volátil das criptomoedas, o conhecimento e a cautela são seus melhores aliados.
E você, como tem equilibrado risco e oportunidade em seus investimentos em criptoativos?
A CoinGape preparou uma metodologia de revisão para avaliar exchanges de criptomoedas, ferramentas e aplicativos. Nós organizamos uma lista de métricas para avaliar plataformas de criptomoedas com base em: seus serviços, experiência do usuário, segurança, suporte ao cliente, gateways de pagamento e cobranças, preços e promoções. Visite nossa página Metodologia de Revisão para saber mais sobre como revisamos cada plataforma.
Este conteúdo tem fins puramente educacionais, por isso, não deve ser considerado como aconselhamento financeiro. Realize sua própria pesquisa antes de investir em qualquer plataforma ou criptoativo e invista apenas valores que você pode considerar perder.