Em relatório preparado pela Chainalysis com dados do mercado de criptomoedas no ano de 2019 se descobriu que cerca de 50% de todas as transações ilícitas com Bitcoin tiveram como destino as exchanges Huobi e Binance. A informação é parte de um relatório mais denominado de Crypto Crime Reporta (Relatório de Crimes com Criptomoedas).

Segundo o relatório quase US $ 3 bilhões em Bitcoins envolvidos em atos criminosos passaram pelas duas exchanges, mas os maiores responsáveis seriam os negociadores P2P que usam as plataformas, em função da liquidez e da variedade de ativos que as duas plataformas suportam, numa tentativa de utilizar essas boas qualidades para escoar e esconder os frutos de golpes e crimes em geral.
O relatório pergunta: “Como os criminosos fazem isso?” e responde que “graças à transparência inerente às blockchains, podemos analisar o ecossistema de lavagem de dinheiro das criptomoedas de alto nível e extrair insights que não são possíveis ao estudar a lavagem de dinheiro no mundo tradicional da moeda fiduciária.”
De 300.000 contas descobertas como pertencendo a golpistas, cerca de 810 fizeram cerca de 75% de todas as transações fraudulentas, demonstrando a forte “centralização” das transações fraudulentas em relativamente poucas contas.
Leitores brasileiros devem estar curiosos se o relatório identificou movimentações advindas das muitas empresas e iniciativas nacionais que lesaram seus clientes em 2019, mas a versão gratuita disponibilizada no blog da empresa não trouxe detalhes a esse respeito.
O website Cointelegraph relata ter entrado em contato com as exchanges para saber sua versão da história e conquanto a Huobi não tenha se manifestado até o tempo da publicação da matéria, a Binance afirmou que continuará a expandir suas próprias tecnologias para combater a lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas facilitadas por meio de criptomoedas.